"Pandora trouxe o vaso que
continha os males e o abriu. Era o presente dos deuses aos homens,
exteriormente um presente belo e sedutor, denominado “vaso da felicidade”. E
todos os males, seres vivos alados, escaparam voando: desde então vagueiam e
prejudicam os homens dia e noite. Um único mal ainda não saíra do recipiente;
então seguindo a vontade de Zeus, Pandora repôs a tampa, e ele permaneceu
dentro. O homem tem agora o vaso da felicidade, e pensa maravilhas do tesouro
que nele possui; este se acha a sua disposição: ele o abre quando quer; pois
não sabe que Pandora lhe trouxe o recipiente dos males, e para ele o mal que
restou é o maior dos bens – é a esperança – Zeus quis que os homens por mais
torturados que fossem pelos outros males, não rejeitassem a vida, mas
continuassem a se deixar torturar. Para isso lhe deu a esperança: ela é na
verdade o pior dos males, pois prolonga o suplício dos homens."
Friedrich Nietzsche - "Humano, Demasiado Humano"
Incrível como deixamos de viver o presente na esperança do que há de vir! Quantas vezes me pego pensando em como algum aspecto da minha vida era melhor no passado, mas quando eu estava vivendo aquele determinado momento não dava valor, queria que o futuro viesse logo. É preciso fazer um exercício diário de viver o presente: sem colocar toda fé no futuro e não se lamentar pelas lembranças do passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário